Há muito tempo a inauguração de trechos ferroviários não se cercava desse espírito de festividade, de expectativa de progresso para a região atravessada.
A Ferrovia do Aço, por exemplo, o que significava para as populações à sua margem? O que lhes prometia, ao ser aberta? Talvez exatamente isso que significa até hoje, após algumas décadas -- um mecanismo estranho, alheio a suas vidas, que em nada foi alterada, exceto pela dificuldade adicional, de buscar a travessia mais próxima, ou que exija desvio menos alongado em seus trajetos diários. Não os transporta, não transporta sua produção, nem itens para seu abastecimento. O ônibus, o caminhão, o automóvel eram e continuam sendo as máquinas com que suas vidas de fato interagem.
E os maquinistas da Ferrovia do Aço, teriam sentido vontade de apitar dessa forma, como quem solta um brado longamente abafado?