A intenção é produzir 500 mil toneladas/ano de trilhos para abastecer suas próprias ferrovias e o mercado em geral. Atualmente, todos os trilhos utilizados no Brasil são importados, pois, em 1996, a CSN foi privatizada e desativou o lamidador destinado a sua produção, uma vez que não tinha para quem vender. Naquele época, governo FHC, o país não implantava, só sucateava ferrovias.
O mais irônico é que os trilhos, feitos na China e na Polônia com minério exportado pela Vale são comprados aqui pela Vale – a maior operadora ferroviária do país, com 10 mil quilometros de linhas - e pela Valec, subsidiária da Vale que ficou fora da privatização. Em 2009 e 2010, importamos US$ 600 milhões em trilhos e, no início deste ano, a Valec lançou um edital para comprar R$ 807,2 milhões.
O governo federal - tanto Lula como Dilma - tem incentivado a montagem de uma nova fábrica de trilhos no Brasil, mas o país não pode ficar esperando eternamente que os empresários se disponham a isso e, aí, tem de importar ou parar o programa destinado a mais que dobrar a rede ferroviária nacional. Temos hoje, em andamento, 3,5 mil quilômetros de ferrovias em obras.
E a Vale - do tucano Agnelli - que comprou na Ásia os navios para transportar nosso ferro, também pretendia comprar lá os trilhos que permitem levar o minério até os porões de cargas nos portos.
- de Carlos Eduardo Campanhã
data 10 de agosto de 2011 18:08
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