segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quem não queria aço era a Vale ou era o Agnelli?

O  diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale, José Carlos Martins (foto), está na direção da empresa desde 2004.  Portanto, em seis dos dez anos que Roger Agnelli passou no comando da empresa, dizendo que era mau negócio investir na produção de aço e que o correto era cavar cada vez mais minério, para exportar.

É, portanto, uma pessoa insuspeita para falar do assunto.

E o que ele diz hoje à Agência Reuters?  Leia e acredite se quiser:

“Acredito que a demanda de aço no Brasil está crescendo forte, e que se os investimentos não forem feitos, vai haver a necessidade de importar mais aço”, disse Martins, da Vale.

Embora a mineradora tenha grandes projetos siderúrgicos, Martins afirmou que o setor de aço não tem feito “os investimentos no porte necessário”.

Ao comentar a perda de mercado interno nas vendas de minério, à medida que as siderúrgicas brasileiras também investem em produção própria de minério, Martins declarou:

“”A Vale tem que considerar perda de market share no Brasil. Para participar desse mercado, você tem que produzir aço”"

Ué, então não era a diretoria da Vale que achava péssimo investir em siderurgia, mas só o Agnelli? E ele não ouvia os outros diretores da empresa?

Brizola Neto | Tijolaço | 3 Jun. 2011

http://www.tijolaco.com/quem-nao-queria-aco-era-a-vale-ou-era-o-agnelli/

Vale prevê perda de fatia em vendas de minério no país

SÃO PAULO (Reuters) - A Vale projeta que em 2015 terá menos da metade da participação nas vendas de minério de ferro do Brasil que tinha em 2004, afirmou nesta quinta-feira o diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da mineradora, José Carlos Martins.

A projeção leva em conta o fato de que cada vez mais as siderúrgicas nacionais vêm investindo em produção própria de minério, levando a Vale a perder market share das vendas locais da commodity.

Martins disse que em 2004 a Vale tinha cerca de 70 por cento das vendas de minério de ferro no mercado brasileiro, e hoje tem menos de 50 por cento. Em 2015 terá, segundo ele, 30 por cento.

"A Vale tem que considerar perda de market share no Brasil. Para participar desse mercado, você tem que produzir aço", afirmou ele em apresentação no Congresso Brasileiro do Aço.

O executivo indicou também que os projetos siderúrgicos da Vale, por outro lado, permitirão que a empresa estanque essa perda de market share. Em 2018, as vendas adicionais de minério de ferro e pelotas da Vale para seus projetos siderúrgicos somarão 30 milhões de toneladas ao ano.

"Em algum momento, você tem que fazer apostas para criar mercado (de aço) no Brasil. O país já pagou caro no passado porque o mercado não apareceu. E é natural, agora, que o setor seja precavido para evitar uma situação como aquela."

A Vale tem participação na siderúrgica CSA, no Rio de Janeiro, onde a capacidade de produção é de 5 milhões de toneladas de placas de aço ao ano.

A mineradora tem outros projetos para começar a produzir aço nos próximos anos, entre eles o da CSU, em Anchieta (ES), ainda em desenvolvimento, que pode entrar em operação em 2015, com capacidade anual de 5 milhões de placas de aço.

Questionado sobre parcerias no Espírito Santo, Martins afirmou a jornalistas, após a palestra, que a empresa está aberta a discutir com eventuais parceiros.

Já sobre o projeto da CSP em Pecém (CE), com estimativa de início a partir de 2015, Martins disse que o Conselho da Vale deverá aprová-lo em breve. A CSP terá capacidade para produzir, na primeira fase, 3 milhões de toneladas de placas de aço.

Também em processo de implantação está a Alpa, em Marabá (PA), com entrada em operação esperada para 2014 e capacidade de 2,5 milhões de toneladas de aço.

MAIS IMPORTAÇÕES?

Entre aço e produtos de aço, o Brasil teve importações recordes em 2010, de 10 milhões de toneladas, o equivalente à produção de duas unidades da Usiminas, de Cubatão (SP) e Ipatinga (MG), afirmou o presidente da siderúrgica Wilson Brumer, durante o evento.

Isso aconteceu, segundo Brumer, devido à competitividade do aço importado frente ao brasileiro por uma série de razões.

"Defendemos isonomia competitiva, temos que acabar com a guerra fiscal, queremos ações de investigação de dumping mais aceleradas", disse Brumer, durante a sua palestra.

Tais questões deveriam ser resolvidas, afirmaram palestrantes no evento, para que o setor siderúrgico do Brasil possa, com produção própria e mais investimentos, atender a crescente demanda interna.

"Acredito que a demanda de aço no Brasil está crescendo forte, e que se os investimentos não forem feitos, vai haver a necessidade de importar mais aço", disse Martins, da Vale.

Embora a mineradora tenha grandes projetos siderúrgicos, Martins afirmou que o setor de aço não tem feito "os investimentos no porte necessário".

Isso talvez se explique, de acordo com o presidente da Usiminas, porque investir no Brasil é "caro", e o custo é quase quatro vezes maior do que o existente para a construção de uma siderúrgica na China.

POTENCIAL DA INDÚSTRIA

Por outro lado, considerando um cenário apresentado pelo diretor da Vale de aumento de competitividade do aço nacional e de substituição de importações e ampliação de exportações, o Brasil poderia mais que dobrar a sua produção até 2012, para 90 milhões de toneladas.

O mercado interno absorveria mais da metade desse volume, ou 54 milhões de toneladas, previu ele, observando o crescente consumo interno nacional. Atualmente, o mercado doméstico fica com 27 milhões de toneladas.

De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), a produção brasileira de aço bruto deve atingir 39,4 milhões de toneladas neste ano, alta de 19,8 por cento sobre 2010. A capacidade instalada das usinas siderúrgicas é de 47,4 milhões de toneladas anuais.

Por Roberto Samora e Alberto Alerigi Jr. | Reuters | quinta-feira, 2 de junho de 2011 19:48 BRT

http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE7510SW20110602?pageNumber=3&virtualBrandChannel=0&sp=true


Multi investe US$ 1 bi no aço que Agnelli achava “fria”

A Agência Reuters divulga agora à  noite que a ArcelorMittal Brasil pretende  instalar um laminador de 1 bilhão de dólares em sua usina siderúrgica de Tubarão (ES), para transformar as placas de aço excendentes da exportação e lâminas de aço destinados ao mercado interno brasileiro.

Bem, os dirigentes da multi devem ser loucos,se a gente considerar a avaliação do “gênio”  Roger Agnelli, que dizia  não fazer”tanto sentido investir em aço.”

E a reportagem da reuters ainda vai além:

“Além de voltar Tubarão para o mercado interno, a ArcelorMittal Brasil está ampliando a capacidade da usina em São Francisco do Sul (SC) de olho no aquecido mercado automotivo(…) a companhia conclui até o final deste ano contratos para a construção de uma terceira linha de galvanização que ampliará a capacidade de aços planos da usina de 1,35 milhão para 2 milhões de toneladas por ano, em investimento de 300 milhões de dólares. A nova capacidade deve começar a operar entre o final de 2013 e início de 2014".

Brizola Neto | Tijolaço | 2 Jun. 2011

http://www.tijolaco.com/multi-investe-us-1-bi-no-aco-que-agnelli-achava-fria/


ArcelorMittal Brasil quer novo laminador de US$1 bi

Com isso, o alto-forno 1, de 3 milhões de toneladas, vai parar a partir de abril de 2012 para passar pela primeira reforma geral desde que começou a operar em 1983. "Normalmente os alto-fornos têm campanha de 10, 15 anos, mas esse vamos parar com 29 anos de operação, um recorde mundial."

Segundo Baptista, antes da reforma de 90 dias começar em 1o de abril de 2012, o alto-forno 1 de Tubarão terá que reduzir o ritmo para ser esvaziado sem comprometer a instalação e "isso significa que vamos ter que começar a fazer uma redução na produção do forno lá para outubro, chegando a zero no final de março".

Enquanto o forno 1 é desligado e reformado, o alto-forno 2, com capacidade para cerca de 1 milhão de toneladas por ano, será religado depois de ficar inerte desde 2008, após a crise financeira internacional que derrubou a demanda mundial, disse o executivo.

Segundo ele, não há garantias de que após a reforma do alto-forno 1 a usina continuará operando a unidade 2.

"Ele (alto-forno 2) está em 'standby', decidimos não ligar ainda porque toda a produção de placa é voltada para exportação. Ele usa ainda pelotas, que é muito mais caro que minério de ferro. Fazendo a conta, não justifica, não tem mercado internacional que dê preço para se ter rentabilidade."

BRASIL ESTÁ CARO

O executivo comentou que apesar de 25 por cento da produção da companhia no Brasil ser destinada à exportação, o mercado interno mostra vantagens sobre o externo.

"O Brasil está caro, nos últimos 5 anos ficamos 80 por cento mais caros em dólar. Com essa situação é óbvio que a competitividade que o país tinha na exportação de aço foi muito afetada e, portanto, o foco das siderúrgicas é atender o crescimento da demanda doméstica."

Além de voltar Tubarão para o mercado interno, a ArcelorMittal Brasil está ampliando a capacidade da usina em São Francisco do Sul (SC) de olho no aquecido mercado automotivo.

Baptista disse a companhia conclui até o final deste ano contratos para a construção de uma terceira linha de galvanização que ampliará a capacidade de aços planos da usina de 1,35 milhão para 2 milhões de toneladas por ano, em investimento de 300 milhões de dólares. A nova capacidade deve começar a operar entre o final de 2013 e início de 2014, disse o executivo.

Reuters | quarta-feira, 1 de junho de 2011 18:57 BRT

http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE7500Q720110601?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0

Sobre o "caso Vale"

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