A mesma midia que exibe filmes cada vez mais violentos, no desespero de tentar segurar audiência, colhe um acontecimento da maior dramaticidade para capturar durante algum tempo a atenção de milhões de brasileiros.
Que saibam, pelo menos, evitar a espetacularização.
Porque não são personagens artificialmente montadas em Hollwood, nem permitem o distanciamento que pudesse haver em reportagens compradas, sobre pessoas de outros países, "ricos", "primeiro mundo" etc.
São filhos da massa de milhões de telespectadores, os pobres e remediados que representam a maioria dos brasileiros. E que estão chegando ao mercado. E querem chegar à cidadania.
Uma barbaridade que, até agora, não parece que se possa atribuir ao "tráfico", às "drogas", ou qualquer outro rótulo fácil do repertório já surrado por coberturas premoldadas.
Não que o país estivesse livre de massacres e barbaridades. Apenas, não costumam merecer da midia a mesma cobertura, sequer para captar audiência (um paradoxo em um setor voltado para o lucro). Os massacres típicos do que se convencionou chamar de "milícias". Décadas de esquadrões da morte. Massacres de ativistas nas áreas rurais de norte a sul do país. Estes, sequer são noticiados; ou quando são, reduzidos a crime isolado e nebuloso, coisa de quem "se envolve" em badernas.
Mas desta vez não há como atribuir a nenhuma quadrilha, milícia, coronelismo, máfia, poder, corrupção, ideologia, movimento ou categoria, para enquadrar em algum dos roteiros prefixados. O autor parece, até agora, tão perdido quanto suas vítimas, aos olhos da midia.
Parece um drama pessoal. De uma pessoa perdida na massa.
Será discutida a violência dos filmes enlatados exibidos pela TV? A violência banalizada pelo "jornalismo policial"? A violência institucionalizada do aparelho repressivo do estado? A violência feita espetáculo pela midia global?
Aposto 1 centavo que o público será inundado por "especialistas" da mente. De psicopata para baixo.
Nada de questionar como o mundo globalizado gera psicopatas em série, lhes dá o roteiro, promete divulgação e fornece o arsenal.
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Mauro Cid
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