sexta-feira, 22 de abril de 2011

Privatizações e redução de salários: Mais austeridade na Grécia

Um ano após a entrada do FMI, a situação econômica e financeira da Grécia continua a agravar-se. Sem encarar outro tipo de soluções, o governo social-democrata de Papandreou anunciou, dia 15, um novo pacote de austeridade que inclui um vasto programa de privatizações, bem como cortes draconianos nas despesas sociais, nos salários da função pública e nas pensões.

Ao todo, o executivo pretende obter 76 mil milhões de euros com a diminuição da despesa e o produto da venda de empresas e participações do Estado. Assim, espera uma receita de 50 mil milhões com a venda de ativos até 2015, e poupanças de 1,2 mil milhões (0,5% do PIB) no orçamento da Defesa, dois mil milhões (0.9 % do PIB) com a redução de salários e ainda 2,5 mil milhões (1,1% do PIB) no pagamento de pensões.

Embora as medidas concretas só sejam anunciadas depois da Páscoa, fontes governamentais indicam que está previsto o aumento da jornada semanal de trabalho na função pública das atuais 37,5 horas para as 40.

O plano de privatizações irá beneficiar, em primeiro lugar, os monopólios estrangeiros que já hoje detêm parte do capital das empresas públicas gregas. É o caso da elétrica nacional, DEI, na qual o Estado vai reduzir de 51 para 34% a sua participação, permitindo que o grupo britânico Public Power Corporation aumente a sua quota.

O mesmo se passa nas telecomunicações: o Estado reduz a sua parte para 20%, deixando a empresa nas mãos da Deutsche Telekom, que já hoje é acionista majoritário.

Portos e aeroportos estão igualmente incluídos, prevendo-se que o grupo alemão Hochtief que gere o aeroporto de Atenas venha a beneficiar de um alargamento das concessões.

As privatizações incidem ainda sobre a companhia de estrada-de-ferro Trainose, a companhia de gás Depa, a caixa de depósitos e o banco postal, cassinos, fábricas de armamento, etc.

O governo grego procura fazer crer que este plano irá finalmente relançar a economia e sanear as finanças públicas, mas poucos acreditarão que a drástica redução o poder de compra da população possa estimular a atividade econômica ou que a venda de empresas públicas rentáveis seja um bom negócio para o Estado.

Fonte: Avante! | 21 de Abril de 2011 - 13h24

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=2&id_noticia=152493

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